Nos últimos meses, a economia da Argentina tem mostrado sinais de estabilização. A inflação em outubro ficou em 2,7%, indicando uma trajetória de queda. Além disso, a diferença entre o câmbio oficial e o dólar paralelo, chamado de “dólar blue”, está reduzindo. Com essa aproximação cambial, surge a expectativa de que o governo possa remover os controles de câmbio.
Entretanto, o futuro do peso argentino permanece incerto. Javier Milei, presidente recém-eleito, ainda não detalhou seus planos para a moeda nacional após o controle da inflação. Entre as possibilidades especuladas estão a dolarização da economia ou a adoção do dólar como moeda corrente. Segundo Luis Caputo, ministro da Fazenda, o plano de dolarização ainda está em pauta, mas detalhes concretos só devem ser revelados após a estabilização econômica.
A Praticidade do Conhecimento Econômico
Uma reflexão importante no cenário econômico atual é a aplicabilidade do conhecimento financeiro. Muitos especialistas e cursos como os disponíveis no aplicativo Follow the Money destacam que o aprendizado prático pode ser mais útil que a teoria tradicional de faculdades de economia.
O objetivo é usar conceitos econômicos para tomar decisões financeiras melhores, seja na gestão de investimentos pessoais, na administração de negócios ou na navegação pelas oscilações do mercado. Isso contrasta com o foco puramente acadêmico que, embora válido, pode não atender às necessidades de quem busca resultados práticos.
Brasil: Cenário Econômico e Fiscal
Enquanto a Argentina avança em busca de estabilização, o Brasil enfrenta desafios no campo fiscal. O arcabouço fiscal, que permite um crescimento real de gastos públicos de 2,5% ao ano, não é suficiente para conter o aumento da dívida pública. Além disso, o governo tem dificuldades até para cumprir essas regras mais flexíveis.
Para cumprir o arcabouço fiscal, o governo brasileiro planeja cortes de R$ 70 bilhões até 2026. No entanto, essas medidas enfrentam resistência política e social, especialmente entre grupos mais radicais contrários à contenção de gastos. Essa situação reflete a fragilidade fiscal e a necessidade urgente de medidas mais sólidas.
Perspectivas para o Real e Juros no Brasil
A taxa básica de juros (Selic) no Brasil está atualmente em 11,25% e o mercado prevê novos aumentos até março de 2025, podendo superar 13%. Isso reflete a tentativa de conter uma inflação que atingiu quase 5% em outubro.
Nesse contexto, muitos investidores questionam se é mais vantajoso investir na renda fixa brasileira, com juros elevados, ou em ativos internacionais, como o Tesouro dos EUA. Com a Selic em alta e o real possivelmente se valorizando nos próximos anos, a renda fixa brasileira pode oferecer retornos interessantes, especialmente se o cenário fiscal não piorar.
Tanto a Argentina quanto o Brasil estão em momentos críticos de suas trajetórias econômicas. Enquanto a Argentina dá passos para estabilizar sua economia e enfrenta dúvidas sobre o futuro de sua moeda, o Brasil luta para conter sua dívida pública e controlar a inflação.
Para investidores e cidadãos, é essencial acompanhar esses movimentos, buscar conhecimento prático e adotar estratégias financeiras que protejam contra os riscos econômicos. Seja com dólar, Bitcoin, ouro ou investimentos em renda fixa, a diversificação e o preparo são as melhores ferramentas em tempos de incerteza.