A recente decisão da China de impor uma tarifa de 125% sobre produtos dos Estados Unidos representa uma nova escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Essa ação veio em resposta às tarifas elevadas impostas por Donald Trump, que chegaram a 145% para certos produtos chineses. Com isso, o presidente Xi Jinping pede à União Europeia que se una à China contra a “intimidação” norte-americana.
Escalada Tarifária: Como Chegamos Até Aqui
Tudo começou com a tarifa inicial de 34% aplicada pelos EUA sobre produtos chineses. A China respondeu na mesma moeda, e o ciclo de retaliações continuou: os EUA aumentaram para 104%, a China respondeu com 84%, até que as tarifas americanas atingiram 145% em alguns setores. Como resposta, Pequim decidiu aplicar a tarifa de 125% sobre produtos americanos.
Além disso, o governo chinês divulgou declarações contundentes, classificando as ações de Washington como “tirania comercial” e um exemplo de “práticas hegemônicas e intimidatórias”.
O Papel da União Europeia e a Reação Global
Xi Jinping convidou a União Europeia a se unir à China para conter a pressão norte-americana. Segundo o presidente chinês, “não há vencedores em uma guerra tarifária”. A tentativa de criar uma frente multilateral contra os EUA pode influenciar o equilíbrio das relações comerciais globais nos próximos meses.
O mercado reagiu imediatamente: o ouro atingiu um valor histórico, enquanto investidores migraram para ativos de refúgio. Houve também movimentações significativas nas bolsas de valores e nas moedas internacionais.
Impacto Para o Brasil e Outros Países
Embora o Brasil tenha sido taxado em 10% e não esteja diretamente envolvido nas retaliações, os efeitos indiretos são inevitáveis. Se os EUA e a China redirecionarem suas exportações, o Brasil pode tanto ganhar oportunidades quanto enfrentar mais concorrência. Além disso, o país poderá ser pressionado a tomar posição frente aos blocos comerciais em disputa.
Outros países, como a Rússia, também acompanham a situação com atenção. Mesmo já estando sob sanções econômicas, Moscou mantém comércio limitado com os EUA e poderá se beneficiar do rearranjo comercial global.
Perspectivas e Consequências
A guerra comercial entre China e EUA continua sem sinais de trégua. As tarifas elevadas, as alianças estratégicas e os discursos inflamados constroem um cenário cada vez mais volátil. A economia global segue em alerta, tentando equilibrar diplomacia, proteção de mercado e previsibilidade.
Observar atentamente os desdobramentos será essencial — tanto para empresas e investidores quanto para os governos. Em um cenário como esse, compreender os movimentos geopolíticos torna-se uma vantagem competitiva para todos os envolvidos no comércio internacional.
Fonte: BBC News Brasil – “China retalia EUA com tarifa de 125% e pede que europeus se juntem a Pequim contra intimidação de Trump”
Link: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cqx4e22g8vzo